Obras de engenharia costumam apresentar projetos complexos e multidisciplinares. Desde os primórdios da humanidade a representação em modelos é utilizada para simplificar e reduzir a escala de trabalho. A Geometria Descritiva, as técnicas de Projeções Cotadas, a normatização do Desenho Técnico, até chegar ao Desenho Assistido por Computador (CAD) e ao BIM (Building Information Modeling), representam a evolução das formas de projeto, com o objetivo de melhor caracterizar a obra e sua implantação.
Imagem de satélite
A etapa de Estudos, no Projeto Ponto de Partida, inicia com a definição do local do projeto no Termo de Referência disponibilizado na atividade de 1.1 Publicação do Edital. A partir das coordenadas disponibilizadas (em Lat Long ou planificadas UTM), os alunos deverão identificar as posições de início e fim de cada lote. Nas últimas edições do projeto é proposto que as equipes constituam consórcio aos pares, de forma que cada uma tem como Ponto de Partida (PP) uma localidade e um Ponto Final (PF) comum. Habilidades relacionadas a negociação (tolerância, flexibilidade, confiabilidade, etc.) passam a ser exercitadas pelos membros das equipes que compõem o consórcio.
De posse das coordenadas do trecho, um dos primeiros recursos a ser utilizado são as imagens de satélite, com resolução de até 0,30 metros por pixel, que permitem o detalhamento do sistema viário existente, e a observação da existência de edificações e vegetação. Outras informações relevantes, como condicionantes de relevo, hidrológicas, de ocupação e uso do solo devem ser obtidas e manipuladas por outros meios.
A Elaboração do Cenário, no Projeto Ponto de Partida, utiliza como ferramenta um Sistema de Informações Geográficas - SIG gratuito, denominado QGIS. Com este, é possível obter Modelos Digitais de Elevação - MDE, produzindo planos cotados, curvas de nível e mapas de calor de elevações e de declividades, de forma a caracterizar as condicionantes de relevo. De posse de dados sobre nascentes, córregos, rios e demais corpos d'água é possível sobrepor ao relevo as condicionantes hidrológicas. A caracterização de vegetação (matas nativas, plantações, etc.), sistema viário existente, edificações, redes de alta tensão, etc. formam as condicionantes de ocupação do solo. Na etapa de estudos não são tratados aspectos das condicionantes geotécnicas, a serem abordadas na etapa de Projeto (Geométrico e de Terraplenagem.
Quanto mais detalhado e preciso for o modelo obtido (cenário) maiores as possibilidades de se ter um projeto confiável. Não investir na qualidade do cenário é uma boa forma de gerar problemas graves futuros no projeto, quanto a viabilidade técnica, econômica e ambiental.
Condicionante de ocupação do solo
Condicionantes de relevo e hidrológicas